segunda-feira, 28 de julho de 2008

No divã ii


(...)

Paciente: Sempre pensei que o nosso cérebro era cheio de gavetinhas e nós íamos para lá arrumando as coisas.

Terapeuta: Não acha mais?

P: Não... Quer dizer, não sei... às tantas são tantas as coisas que já não há gavetas que aguentam.

T: Precisaria de mais gavetas?

P: Sim, muitas mais...

T:E qual o mal das que tem?

P: são poucas... ou então estão desarrumadas por dentro e não cabe lá tudo...

T: E porque é que tudo tem de estar arrumado em gavetas?

P: Para não confundirmos as coisas...

T: Humm... Mas assim também não fica tudo separado? Experiências boas, más, emoções fortes, alegrias, prazeres, desejos, tristezas, vontades...?

P: Fica, mas é de propósito. Só consigo lidar com uma emoção de cada vez... Agora por exemplo vou ter de ir "buscar" a gaveta dos dilemas, ponho isto para lá bem arrumado e não me angustio mais com isto...

(...)

Sem Ring a Bell?

1 comentário:

Anónimo disse...

Se arrumo as gavetas do meu cerebro como arrumo as de minha casa estou literalmente f.... lixado!!