sábado, 23 de outubro de 2010

Vários sintomas psiquiátricos = pessoa saudável

Sou obsessiva sempre que estou sentada e vejo uma coisa que não está como eu gosto e me levanto para a endireitar.
Sou histérica quando tenho um chilique numa discussão e grito desenfreadamente.
Sou paranóide quando vejo a vaca da minha ex-desorientadora a segredar ao ouvido de alguém.
Sou narcísica quando sinto que estou a fazer o meu melhor e a fazê-lo bem.
Sou dependente quando preciso que me digam que faço as coisas bem feitas.
Sou fóbica quando evito ir ao médico saber da minha saúde.
Sou depressiva quando abandono este blog, durante meses, a pontuais e enganados visitantes.
Sou maníaca quando escrevo muitos posts num só dia.
Sou bipolar todos os dias.
Sou distímica sempre que não me entusiasmo com as notícias da crise.
Sou alexitímica quando se me invadem emoções com as quais prefiro não lidar.
Sou assertiva na maior parte das minhas relações.
Sou esquizóide em relações forçadas.

Sou, portanto, mentalmente saudável.
Não cristalizei em nenhum destes.
Começo a achar que antes tivesse cristalizado. É que assim não há "Freud" que me pegue.

Epifania

Depois de ouvir por estes dias e meses:
- a basófia do JJ e/ ou do LFV,
- o disse-não disse do Sócrates,
- a hipocrisia dos líderes da oposição à direita e à esquerda,
- a baixa de um ano de uma pseudo-jornalista da treta (será que foi a uma junta médica?),
- o consumo de programas como a casa dos segredos,
- a falta de vergonha e profissionalismo de muitos à minha volta,
- o amadorismo,
- a baixeza de putas que não dão o corpo mas dão pior do que isso -l'âme, oui! l'âme!-,
- os chulos de valores, de ideias, de crenças, de corpos e de almas,
- a subserviência a hierarquias fictícias ou assentes em lutas de poder esfarrapadas;
- o estupor das gentes,
- que se promove a quantidade em deterimento da qualidade,
- e tantas e tantas outras coisas...

Depois de isto e muito mais tive uma epifania. Se o cabrão do Afonso Henriques fosse infértil e não lhe desse para complexos edipianos tardios, talvez não fôssemos o que somos agora. Não sei o que seríamos. Mas isto não éramos certamente. E qualquer coisa é melhor do que isto.

Essa é que é essa!

Tenho para mim que a nossa vida é uma grande flop.

Vida torpe.

A minha escrita perdeu sentido, o meu pensamento perdeu o leme, as minhas palavras perderam o rumo.
A minha vida, essa, entorpeceu.